Descartes, por Feinmann
vb. criado em 28/04/2015, 21h57m.
- v. Descartes.
^ põe o homem na centralidade da explicação da história humana, e daí desloca Deus, que deixa de ser o centro revelador da verdade. O homem (isto é, o homem capitalista burguês) se adona da história. Colombo descobre a América (para o capitalismo), e ^ descobre a subjetividade. A descoberta da América estabelece um Sistema-mundo, que requer um protagonista, e esse é o homem capitalista (o homem moderno que não crê em deus e faz perguntas, e toma a história em suas mãos).
Com o “penso, logo existo”, ^ diz que o sujeito capitalista que ele representa se define pela Subjetividade (isto é, pelo pensamento), e que a subjetividade é a partir de agora o fundamento de todo o existente. A subjetividade passa a ser o sujeito, o subjectum, o que subjaz a tudo que existe. A subjetividade do homem se torna o ponto de partida de todo raciocínio. Colocado o homem no centro, nasce o Humanismo, uma concepção que faz do homem o ponto de partida epistemológico fundamental /Epistemologia/.
- m.c.: antes, deus estava na centralidade de tudo: ~f, arte, política, tinham deus como eixo central; agora, o homem passa a ser esse eixo.
Uma revolução consiste em por no centro da história a classe historicamente mais moderna, mais revolucionária. A [Revolução francesa] põe o homem capitalista burguês na centralidade, a Burguesia derruba a monarquia e se adona do poder. O homem capitalista passa a ter a aptidão de fazer a história.
^ parte de uma concepção da fil. como dúvida; demonstrou a existência do pensamento, mas não a das coisas externas.
^ se propõe justificar metodologicamente, epistemologicamente, que a realidade externa (a 'res extensa') existe. Para isso introduz a figura do gênio maligno: poderia haver um 'malin génie' que me enganasse, fazendo crer que existe o que não existe; mas a veracidade de deus te que ser mais forte que o poder do gênio maligno, e não posso duvidar da veracidade de deus. Logo, a 'res extensa' existe porque, se não existisse, deus estaria me enganando. Metodologicamente ^ se trai, porque para demonstrar a existência do mundo não se apóia em seu fundamento primeiro, o pensamento, mas no velho fundamento da teologia medieval, deus.
m.c.: isto é, se a subjetividade (o pensamento do homem) é o fundamento do sistema, esse fundamento tem de dar conta de todas as perguntas; ao recorrer a outro fundamento, deus, para responder a uma pergunta, ^ põe a perder o sistema.
“Recuerdo un chiste; era una broma a la filosofía idealista. En el primer cuadrito de la historietita salía un filósofo y había un florero dibujado en el aire y el filósofo decía: “Todo esto es muy sencillo. Ese florero está ahí porque yo lo pienso. Como yo pienso ese florero ese florero está ahí”. Segundo cuadrito el florero y el filósofo el filósofo dice: “Si yo dejara de pensar que ese florero está ahí...”. Tercer cuadrito, el florero solo se escucha la voz del filósofo: “Ese florero dejaría de existir”. Cuando, en realidad, el chiste era que el que dejó de existir fue el filósofo. Este es un chiste típico del materialismo filosófico, es decir, el que propone la primacía de la materia sobre la subjetividad.”
E como provar que deus existe? ^ propõe uma Prova ontológica: já que a imagem de deus está em mim, e é imagem de um ser perfeito, existe em mim a ideia de perfeição; e, como sou imperfeito, alguém perfeito há de ter posto aquela ideia em mim. Ou: dado que existe na minha subjetividade a ideia de perfeição, deve existir um ser perfeito.
A visão de ^ difere da da Fenomenologia, para quem a consciência é um ato de pura intencionalidade: a consciência se lança sobre o mundo, não há um mundo e um consciência separados, há apenas uma 'consciência-mundo'.
^, como os demais filósofos, não surge por acaso. Condições de possibilidade da ~f de ^: “todo un proceso histórico en el cual el descubrimiento de América, Copérnico, Galileo, Giordano Bruno cuestionan el orden de la teología medioeval”, enfraquecendo-a a ponto de viabilizar a dúvida cartesiana.
Freud virá a produzir a primeira grande ferida no Narcisismo do 'cogito' cartesiano, provando a existência do inconsciente.
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